INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2023 comemorou 46 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

COMUNICADO SOBRE O "Relatório da Participação Pública no Plano de Pormenor de Sete Fontes"


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No "Relatório da Participação Pública no Plano de Pormenor de Sete Fontes", assinado pelo vereador Hugo Pires, a CMB admite aceitar algumas das propostas apresentadas no âmbito da participação pública. Lamentamos porém que sejam tantas as contradições e equívocos e que, apesar de assumir certas garantias que parecem salvaguardar o Monumento Nacional, os Termos de Referência que insiste em manter e o documento enviado à Assembleia da República, comprovam exatamente o contrário. 
No Comunicado conjunto dos Peticionários e da ASPA demonstramos por que motivo não há convergência de interesses e ideias quanto às Sete Fontes. 
Temos denunciado os riscos e estado de abandono a que está sujeito o Monumento Nacional através deste blogue e da coluna Entre Aspas, publicada no Diário do Minho, e não foram efectuadas ainda intervenções no sentido da conservação do Sistema Hidráulico Setecentista.
Diário do Minho - 30/04/2012


terça-feira, 24 de abril de 2012

CAPELA DE GUADALUPE... Monumento de Interesse Público

Diário do Minho - 23/04/2012
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Não podemos deixar de relembrar que qualquer intervenção criteriosa numa área histórica implica indubitavelmente uma forte sensibilidade para com o lugar e exige a sua interpretação cuidada. 
Mais a mais quando se trata de uma área em vias de classificação, onde se impunha o cumprimento da LEI.
Uma vez que a Irmandade de Guadalupe abre o recinto murado ao Domingo, das 10:00 às 13:30H, aconselhamos um passeio em família a um local que perpetuou no tempo um Conjunto Monumental com características únicas e uma oportunidade para confirmar as  preocupações que transmitimos neste Entre Aspas.



Recinto arborizado e murado...


Ao fundo o Campo Novo
Quem sobe a Av 31 de Janeiro...
Perdeu-se a vista sobre a cidade...



segunda-feira, 23 de abril de 2012

Caminhada às Sete Fontes... pelo património local e nacional




Na manhã de Domingo (22 de Abril) um grupo com cerca de 100 pessoas caminhou desde a Fonte do Ídolo até ao Complexo das Sete Fontes  fazendo um percurso urbano que até à Rua de S. Victor coincide com a Via XVII: Santuário da Fonte do Ídolo – Senhora a Branca – São Vítor. Percorreu um possível eixo secundário romano (a Rua de S. Domingos) e no Monte dos Arcos seguiu pelo traçado da VIA NOVA (XVIII) desde o Areal até às Sete Fontes
Ainda no Santuário da Fonte do Ídolo a ASPA alertou os participantes para a importância da cidade de Braga no Noroeste Peninsular e pela forma marcante como contribuiu para o desenvolvimento de outras cidades, de que resultou um património diversificado e valioso que ainda hoje a caracteriza, sobretudo, no que toca ao seu desenvolvimento. Chamou ainda a atenção para os achados arqueológicos encontrados fora de muralha (romana), aquando da abertura  do túnel da Avenida da Liberdade,  na Cangosta da Palha, na Avenida Central e mais recentemente no Largo da Senhora-a-Branca, nomeadamente necrópoles e conjuntos de sepulturas.

Já no Complexo das Sete Fontes reforçou os três valores fundamentais do Monumento Nacional:
  •  a ÁGUA;
  • a área de Parque: BIODIVERSIDADE e PAISAGEM;
  • o património BARROCO e ROMANO.
As escavações arqueológicas observadas intrigaram os participantes e de facto o Complexo das Sete Fontes remonta a épocas mais antigas.
A este propósito não podemos deixar de referir que tudo indica que a área do Monumento Nacional terá sido já a principal fonte de abastecimento de água à cidade de Bracara Augusta, através de um aqueduto alterado em épocas posteriores. Seria também uma zona artesanal de grande importância uma vez que aí havia água em abundância à disposição das oficinas produtivas.
As estruturas arqueológicas encontradas no decorrer das obras do Hospital e em recentes escavações realizadas no vale, bem como outros dados, testemunham isso mesmo, comprovando-se que aí havia produção de cerâmica construtiva, de tecidos cardados e talvez moagem, actividades para cuja laboração eram essenciais grandes quantidades de água.
A zona artesanal das Sete Fontes ficava pois estrategicamente localizada junto a uma via de grande circulação (a VIA NOVA) e com fácil acesso a outra, a Via XVII, podendo deste modo abastecer não só a urbe bracarense com a fonte da vida, a água, mas também com produtos indispensáveis à construção civil e a outras necessidades da vida quotidiana.
O interesse histórico e arqueológico do Vale das Setes Fontes é  portanto múltiplo e não tem preço, devendo ser defendida a sua integridade para que a História de Braga possa ser contada às gerações actuais e futuras e estas possam usufruir de padrões de qualidade de vida urbana decentes.
Contudo o estado de abandono e degradação do Monumento é tal que só uma acção firme e sem hipocrisia por parte da tutela, assumida na forma de obras de recuperação e de prevenção de danos, poderá garantir a salvaguarda deste património valioso.    

Os crimes contra o património de um povo jamais prescrevem.

domingo, 22 de abril de 2012

OURO TRADICIONAL DESTRUÍDO! Mais património perdido.

A situação económica de muitas famílias degradou-se de tal modo que acabou por conduzir à venda de peças de ourivesaria herdadas dos antepassados, colocando em risco o património que gerações anteriores foram juntando com orgulho.
Se uns vendem esse ouro para reagir às adversidades da vida, de modo a garantir a alimentação, saúde e educação dos seus filhos, outros acabam por vender o ouro para garantir os "luxos" a que se foram habituando nos últimos anos e que não assumem perder.
Neste Entre Aspas, publicado em Outubro de 2011, apelamos à conservação do ouro, se possível, pelas famílias e, caso não o consigam de todo, apelamos a quem o compra para que esse ouro não seja derretido, pois está em causa a salvaguarda de património português.
Outras vozes se levantam apelando à salvaguarda deste património, de que destacamos a acção louvável da comunicação social.
Apelamos ainda às escolas para que utilizem os recursos que aqui disponibilizamos, tendo em vista sensibilizar as famílias para que resistam o mais possível à venda do ouro.

O OURO TAMBÉM É PATRIMÓNIO. E O TRABALHO DO OURO É CULTURA.


Diário do Minho - 17/11/2011

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Para mais formações:

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios - Visita ao Complexo das Sete Fontes

Uma rota patrimonial através dos tramos iniciais da Via XVII e da Via XVIII (Via Nova) com passagem e visita ao Complexo das Sete Fontes é o desafio que os Peticionários pela Salvaguarda das Sete Fontes e a Junta de Freguesia de S. Victor colocam aos bracarenses, para o próximo Domingo, dia 22 de Abril.
Uma iniciativa promovida no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que este ano tem como tema "Do Património Mundial ao Património Local: Proteger e Gerir a Mudança", a que ASPA se associou.
Há cada vez mais visitas ao Complexo das Sete Fontes, cada vez mais bracarenses a perceberem por que motivo várias organizações se associam com vista à salvaguarda deste Monumento Nacional e outros tantos a aguardarem uma oportunidade para o conhecerem.



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Para tornar possível usufruir em pleno da visita às galerias subterrâneas do Sistema Hidráulico Setecentista é conveniente levar um foco. 

O artigo "Gestão e uso da água em Bracara Augusta. Uma abordagem preliminar", ajudará  com certeza a perceber a importância do acesso à agua em épocas passadas.

CAPELA DE GUADALUPE - classificação como MIP e ZEP



Em 18 de Novembro de1999 a ASPA pediu a classificação da Capela de Guadalupe, tendo como objectivo garantir a salvaguarda não só da Capela mas também da envolvente.

Entretanto largos anos passaram (quase 12 anos) sem que os organismos da tutela actuassem e o resultado está à vista, pois na ZEP proposta há já grandes intervenções de que destacamos a destruição da Casa Castelo de Guadalupe onde agora está um edifício de grande volumetria que impede a visibilidade sobre  a cidade.
Congratulamo-nos pelo facto de finalmente ser publicado o Anúncio nº 6533/2012, através do qual a Secretaria de Estado da Cultura abre por um período de 30 dias (até 11 de Maio) a participação pública relativa à classificação como MIP da "Capela de Guadalupe e recinto murado e arborizado (colina de Santa Margarida)" e respectiva ZEP.

NOTA - Os elementos relevantes relativos ao processo de classificação estão disponíveis no site do IGESPAR.


imagens antigas que ajudam a compreender a importância da área envolvente. O pinheiro-manso mantém-se, mas perdeu-se já a casa Castelo de Guadalupe e a vista sobre a cidade.

terça-feira, 17 de abril de 2012

"Património Cultural, a biografia de um povo"

Portugal é um país com uma grande riqueza cultural que os portugueses nem sempre têm sabido respeitar, salvaguardar e valorizar, correndo-se o risco de se perderem para sempre vertentes dessa herança que nos foi deixada pelos nossos antepassados. 
Lamentavelmente Portugal apostou quase em exclusivo nas grandes obras, esquecendo estes recursos com grande importância a nível turístico e que são essenciais ao desenvolvimento sustentável do país.
Para contrariar essa tendência, que lamentavelmente se instalou em Portugal, aqui fica um texto que facilitará com certeza  a reflexão sobre a importância da preservação dessa memória colectiva do povo português e que poderá ser utilizado no âmbito de trabalhos escolares. 
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sábado, 14 de abril de 2012

BARBEARIA MATOS - Conhecida no Mundo, Desprezada em Braga


Tendo desencadeado o processo de classificação da Barbearia Matos como imóvel de interesse concelhio, a ASPA lamenta o despejo e a perda deste património singular, razão pela qual tomou posição pública sobre o assunto.
Deixamos aqui um mini documentário produzido por Henrique Rocha e Márcio Décio, que permitirá recordar vivências diárias na Barbearia que até à data constituía polo de atracção de nacionais e estrangeiros ao Centro Histórico de Braga.

Texto enviado à comunicação social: 


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Diário do Minho - 14/05/2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

BARBEARIA MATOS - património perdido


Hoje, dia 11 de Abril de 2012, o conhecido barbeiro bracarense, Sr Manuel Matos, esvaziou o espaço onde funcionou a secular barbearia da rua do Souto em que seu pai trabalhou e depois geriu, passando o negócio ao filho. Uma barbearia secular, com uma localização especial e um mobiliário que faziam dela uma peça singular em Braga e um exemplo nacional e internacional desse tipo de património, cada vez mais raro e merecedor de uma preservação efectiva.

A Barbearia não resistiu a uma ação de despejo que, finalmente, se cumpriu e, em face à Lei que regula essa matéria, o assunto estava encerrado.

Convém recordar que:


  1.  A 26 de Fevereiro de 2005, a ASPA desencadeou o processo de classificação de interesse concelhio tanto para a Barbearia sita num edifício setecentista, como da famosa Sala Egípcia integrada nas instalações vizinhas do Sindicato dos Empregados do Comércio, entretanto encerradas.  Sobre a Sala Egípcia chegam-nos notícias vagas segundo as quais as pinturas no estuque dos anos vinte, do séc.XX, estão a diluir-se por erosão da humidade intensa e persistente!
  2. Em Fevereiro de 2006, o IGESPAR remeteu o processo para a alçada da Câmara Municipal de Braga, sugerindo a classificação como "imóvel de interesse municipal" e, apesar de estar em causa a salvaguarda do património, os anos passaram e a CMB parece ter ignorado a sugestão deste organismo estatal! 
  3. Já em Setembro de 2011, a Assembleia Municipal de Braga aprovou por maioria a classificação da Barbearia Matos como imóvel de interesse municipal pelo que se esperava a concretização do processo por parte da Câmara Municipal.
Apesar da  intervenção de movimentos de cidadãos e mesmo da Assembleia Municipal, o risco de perda de património manteve-se e a acção de despejo concretizou-se!

Serão só os bracarenses a reagir à perda deste património?
O que pensarão os turistas que visitaram Braga (nacionais e estrangeiros) e conheceram a sua antiga barbearia, quando tomarem conhecimento do seu encerramento forçado? 
O que pensam os comerciantes da perda de atractivos no Centro Histórico de Braga?

Entre Aspas - "O RECOLHIMENTO DAS CONVERTIDAS"

Passaram cerca de 14 anos desde que foi apresentado o pedido de classificação do Recolhimento das Convertidas e, embora o processo de classificação tenha sido aberto pelo Vice Presidente do IPPAR em 1998/11/03, só este ano foi publicado o Anúncio nº 19053/2011, relativo à classificação do edifício como Imóvel de Interesse Público e respectiva ZEP !
Os elementos relevantes sobre o processo foram disponibilizados no site do IGESPAR.

Diário do Minho - 10/04/2012
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domingo, 8 de abril de 2012

35 ANOS... 35 PONTOS

35 anos de existência, num perfil necessariamente breve, em 35 pontos que procuram caracterizar a nossa intervenção cívica e o modo como a fazemos.
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